O crescente número de casos da síndrome de burnout vem acendendo um alerta sobre a urgência do tema que, além de ser uma doença ocupacional, é uma consequência de processos exaustivos, ambientes sobrecarregados e clima organizacional pesado.
Segundo um levantamento da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt), cerca de 30% dos profissionais brasileiros são afetados pela síndrome, colocando o Brasil na segunda posição no ranking mundial.
O país perde apenas para o Japão, onde os números chegam a incríveis 70% dos profissionais, conforme um estudo da International Stress Management Association (Isma).
Com base nessa realidade, o que podemos esperar dos ambientes de trabalho ao longo dos próximos anos? Seria o burnout uma ameaça crescente para colaboradores, líderes e empresas?
O burnout, juntamente com a ansiedade e a depressão, está entre as consideradas “doenças do século 21”. Portanto, é preciso repensar o mundo atual conforme a mentalidade que este século exige. Vejamos mais a seguir!
Principais causas do burnout
Exaustão física e emocional, sentimentos de cinismo ou desconexão do trabalho, sensação de ineficácia ou falta de realização, irritabilidade, dificuldade de concentração, alterações no sono e na alimentação, além de problemas de saúde relacionados ao estresse.
Estes são alguns dos sintomas comuns do burnout que afetam o desempenho profissional e a qualidade de vida pessoal, indicando a necessidade de abordagens de prevenção e tratamento.
As causas do burnout incluem falta de controle sobre o trabalho, como horários e tarefas, incerteza sobre expectativas, conflitos no ambiente de trabalho, desequilíbrio entre trabalho e vida pessoal, falta de apoio, além de:
- Carga de trabalho excessiva: o constante aumento na demanda por produtividade sem tempo suficiente para recuperação leva ao esgotamento físico e emocional. Esse desequilíbrio, entre as demandas do trabalho e a capacidade de lidar com elas sem descanso adequado, acaba por diminuir o desempenho e aumentar o estresse.
- Falta de controle: a sensação de não ter poder sobre as decisões que afetam seu trabalho, incluindo horários, tarefas e recursos, pode provocar uma sensação de impotência, aumentando a frustração e a insatisfação no trabalho.
- Falta de reconhecimento: a percepção de não receber a recompensa equivalente ao esforço despendido pode diminuir a motivação e o sentimento de valor pessoal, contribuindo para o desenvolvimento do burnout.
- Relações conflituosas: ambientes de trabalho com relações interpessoais frágeis ou conflituosas e apoio inadequado geram isolamento e aumentam o estresse, deteriorando o bem-estar emocional e a cooperação.
- Desalinhamento de valores: a discrepância entre os valores pessoais e os da organização cria conflitos internos, podendo levar a um questionamento sobre o propósito do trabalho, reduzir a satisfação profissional e aumentar a insegurança psicológica.
Estes fatores destacam a complexidade do burnout, sublinhando a necessidade de estratégias holísticas para abordar tanto as causas quanto os sintomas.
O que tudo isso tem em comum?
Indo direto ao ponto, todos os vetores do burnout citados anteriormente partilham direta ou indiretamente de um única questão em comum: a competição.
Competir é uma característica natural do ser humano. No entanto, quando a competitividade de um indivíduo não é trabalhada adequadamente, existem diversos comportamentos que podem impactar de diferentes formas.
Por exemplo, podemos citar um líder competitivo que se perde em seus objetivos e passa a perseguir outros líderes e colaboradores a fim de encontrar um ou muitos culpados, numa situação em que alguém deverá perder para que outro alguém ganhe.
— Este possível cenário é uma novidade para você?
Voltando ao assunto, podemos afirmar que a competição interna é uma ameaça para toda uma organização, seus líderes e colaboradores, pois a pressão exercida sobre um nível hierárquico recairá sobre outro, causando um efeito dominó. Podemos afirmar que esse tipo de comportamento é um grande vetor da síndrome de burnout.
Leia também: As 5 características de um líder do século 21
Soluções sustentáveis: o papel da negociação
A negociação é vital para a resolução de divergências, alinhando objetivos e expectativas entre líderes e colaboradores, promovendo o bem comum coletivo e, assim, um clima organizacional positivo.
Para aplicar essa negociação na prática, a coopetição é um conceito que une competição com cooperação lucrativa, destacando-se pela sua capacidade de gerar inovação e crescimento compartilhado, incentivar todos a colaborarem em áreas de interesse mútuo.
Nesse contexto, apesar de haver interesses, ideias e valores individuais, e que são respeitáveis, o foco é no atendimento aos pontos coletivos, com a prática do diálogo em que todos participam e podem chegar a uma melhor conclusão.
Quais os benefícios disso?
Em primeiro lugar, este é um meio para começar eliminar os vetores da síndrome de burnout. Pois, a primeira a sair de cena é aquela competição predatória, que prejudica um dos mais importantes recursos de uma empresa, que é o capital humano.
Por conseguinte, um líder coopetitivo carrega consigo características indispensáveis, como ética, empatia, honestidade de intenção e, claro, capacidade de gerar soluções sustentáveis.
Por último, podemos reforçar que a coopetição é uma caminho fundamental para mudar os relacionamentos dentro e fora da empresa, a fim de promover o crescimento sustentável, a qualidade de vida e o bem-estar de todos.
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